ARQUITETURA É O SEGUINTE :

Uma casa feia custa igual à uma casa bonita, as diferenças estarão em quem a projetou e a construiu: No Depósito, Tijolo, Telhado e Concreto custam o mesmo, então, pergunte-se: Voce gosta de coisas feias ou bonitas? A resposta parece óbvia, mas muita gente erra feio por aí e errar em arquitetura costuma custar MUITO caro.
PORTANTO, CONSTRUA CERTO: CONTRATE UM ARQUITETO.

20091017

WANDA GRADE: Escultora & Gravurista



Depois da gente ver a incrível explosão de cores da pintora SUZAN CHRONTAL, com as técnicas variadas delas, nós estamos juntos com a artista plastica WANDA GRADE, com sua incrível reprodução de "preto no Branco".


Com poucas cores, suas gravuras conseguem nos trazer um universo encantador, e e isso que ela vai explicar com a gente, em termos detalhados, de como é trabalhar com a Gravura. Uma coisa que chama a atenção no seu tipo de  trabalho, é a Ancestralidade da Gravura. Wanda, quão antigas as Gravuras são?


Nossa, são milenares! a origem da gravura começou na China e foi difundida pela Europa, se desenvolvendo e onde ocorreu uma difusão e encontrou mais adeptos...
















... fora o Japão, com as Xilogravuras que eles faziam, influenciaram muito os artistas do Impressionismo.

As Rotas Mercantis, quando a gente olha uma Gravura, como essa sua aqui, não é impossivel a gente ver os Referenciais Europeus, Orientais... Esses Referencias, sempre "contaminam", vamos dizer assim ?


Sim, houve uma influencia constante e, ao longo do tempo é claro, atraves das Escolas, foi havendo uma mudança no desenvolver das nas tecnicas. Antes, as mais tradiconais eram mais usadas, Rembrandt, com as Águas Fortes, uma tecnica esmerada, depois, foi havendo outras se desenvolvendo e tambem das necessidades da propria Escola, de pressão do próprio estilo, cada vez mais foram tambem adaptando, como as "Pontas Secas", "Maneiras Negras"...

Prá quem está em casa, a gente busca sempre mostrar um "hall" bem variado de técnicas, de Ilustrações à Esculturas, passando pelas Gravuras, justamente, prá alimentar o olhar e a pessoa passar à exercer o seu direito de fruição estética, baseado na imagem. 
Mas uma coisa que noto no seu DNA, é essa Ancestralidade: Quase vejo Fósseis, Pinturas Rupestres...
Parece que eu estou na África, na Oceania e até em Pedra Furada, no Piaui, com esses rudimentos de traços. Isto te influencia?

 
MUITO!  eu não sei, é incrivel, mas essa procura minha por registros, é uma coisa que faz parte de uma necessidade, de procurar um referencial, de criatura humana, ao longo do tempo, tentando encontrar os vestigios, os movimentos que causaram...
A sobrevivencia das vidas humana e animal, é uma coisa que me atrai muito. Eu fico bastante maravilhada de ver. As vezes eu ando na rua, e fico olhando pras calçadas, e fico vendo marquinhas e vou olhando ... daqui a pouco eu vejo outras marcas... Então, sao matrizes, "ao natural". A propria natureza tem suas matrizes, e isso que é bonito.


O que eu mais gosto do que voce faz, por exemplo, quando a gente ve uma concha, um Nautilus, que voce pega da Natureza e o reproduz, essa informação, ela só faz sentido pra quem tem Cultura, e na espécie humana, nós somos os unicos a ver um Nautilus, estampado numa rocha e ver o desenho, Um outro animal, veria um alimento ou nada ou seria invisivel. E voce consegue resgatar essa "Humanidade" dos objetos e dos padrões.

Acho belissimo isso, voce ve que a Natureza fez uma Gravura. Houve uma Gravura ao longo do tempo! E, olha quanto tempo! Eu acho que o processo de gravar, ele é mais ou menos como a Gravura, é o processo da Vida, da Evolução da Vida, ao longo do Tempo. Ela foi guardando, a Natureza foi guardando, guardando e, de repente...

... num belo dia...

....num belo dia, voce ve, pega uma pedra e, tem lá, uma estampa!

No meio dessas estampas, nós vamos vendo o que a Natueza nos contemplou, mas com a necessidade do olhar do Humano:  Somos nós que interpretamos a Natureza e, com os Artistas a registrando, nos emocionam com esse Ícones, Vamos dar uma olhadinha?


Wanda, não sei se foi com o Michelângelo, que perguntaram prá ele, de como que ele conseguiu fazer a Pietá, ele falou que "só tirou o que não era a escultura"...

É, exatamente...

E no bloco de Concreto Celular, é a mesma coisa, quer dizer, o bloco está lá, mas o que a gente vai fazer nele nele...

... o que  a gente vai fazer nele, surge de dentro da gente, é impressionante, por que, voce olha, normalmente eu não costumo desenhar muito antes, preparar, fazer um protótipo...

...inclusive nas Gravuras ?


Nas Gravuras, eu costumo fazer um pequeno protótipo, mas só que eu gosto do resultado inesperado, me aproveito dele, por que eu acho que o inesperado na Gravura, é muito rico. Então, de repente, com o protótipo, eu também acabo tirando proveitos inesperados e no trabalho do Concreto Celular também: O inesperado também me ajuda. Eu procuro não ser muito rígida quanto a minha criação, a gente vai, a principio, vai sentindo o material, vai visualizando ... parece que aquilo está mais ou menos pronto na sua cabeça...

... texturas...

...texturas, aí a  partir do moomento que voce vai trabalhando, parece que tirando de seu inconsciente, sem saber voce vai dando forma aquilo, e aí, voce vai lapidando depois, deixando a coisa mais esmerada...


O que me instiga -e me intriga- é que na Gravura, voce tem esse processo mecãnico-industrail, apesar da inspiração e dos icones da Natureza, que são fantasticos, eternos ...

...atemporais....

...exatamente, daqui a 10 milhões de anos, uma concha de Nautilus, ainda vai ser uma concha de Nautilus, é o olhar do artista que vai dar o design, mas, na Escultura, agora, voce interfere no Ambiente. Por que a Escultura, também ?

Sabe que eu não sei ? (risos...)

Ótimo! ...  (risos...)

(risos...) Eu não sei... mas eu acho que minhas Gravuras, tem muito de Escultura: Existe muita tridimensionlidade, embora ela seja bidimensional, como a Pintura, mas eu sinto o volume dela, os elementos, se repartindo, ou mesmo que seja uma coisa, um rastro, que seja... eu sinto um pouco aquela coisa do tridimensional.
E a Escultura, ela permite que a gente feche isso dentro de uma obra arte. Entao, é uma coisa que vou dizer, sinceramente: Eu não sei qual é a causa, eu só sei que eu gosto muito, me satisfaz, esse trabalhar com um material mais duro, tentar tirar o que eu posso dele, prá ele ficar palpável, concreto, real...

Agora, a Wanda vai te mostar, aonde é que as Gravuras são feitas. É a parte da bagunça que eu mais gosto e voce vai gostar tambem, vamos dar uma olhadinha? Vamos lá, Wanda ?


Prá quem acompanha o Habitat já a algum tempo, sabe que eu sou um "fanático" pelas FERRAMENTAS, são nelas que eu ecredito que estão as grandes transformações humanas especialmente, a transformação da arte.  
E, e estou vendo aqui, Wanda, as ferramentas principais, são praticamente "arrancadores de coisas"...


São, são mesmo. Elas são os bisturís: Aquilo que a gente quer que não fique, a gente vai tirando...

Essa aqui é uma Matriz, já está esculpida, como exercicio...

...Essa daqui, a gente deixa para um aluno, essa aqui foi de uma aluna que fez, a gente dá uma prancha de madeira, prá pessoa que está aprendendo, se familiarizar... 

... com a ferramenta....

.... com a ferramenta, voce vai trabalhando, voce vai ensinando, que tem que haver um certo movimento, sempre, daqui, prá frente e nunca de lá, prá pessoa...

.... até por questão de segurança.... 


... é, por segurança....

E olha que legal: Essa, é uma pronta já, a mesma prancha de madeira, então, o que a gente vai ver, no resultado, é o que voce deixou...

... exatamente. Na Xilogravura, o que realmente vai aparecer no papel, depois que voce imprimir, é o que que voce deixou.

Que legal! Eu estou vendo aqui uma reprodução, que -eu tenho que chamar de xilogravura- aqui é uma matriz já impressa e, aqui é o objeto, mas... é um isopor?


É um isopor, exatamente, isso a gente usa prá criança...

Que legal!


... é uma forma bastante interessante deles entrarem em contado com a Gravura, voce pode dar um pedaço de isopor e eles vão, com uma ponta fina (pode ser com uma caneta), eles vão desenhar e como o isopor é muito mole, eles vão apertar e já vai sair o desenho...

... com facilidade ...

.... com facilidade. Daí, ele já vai entrar em contado com o Negativo. Normalmente, como a gente nunca fez Gravura, a gente nao sabe que sai ao contrário. Então, quando eles veem que é ao contrario...

... aí, na cabeça....

... é, a cabeça começa a funcionar, aí eles vão ver que, quando eles fazem assim, vai sair ao contrario, esse é o primeiro contato. Depois, é claro, com o tempo, a gente passa a comparar as coisas, são essas daqui...

...mais sofsticadas...

...mais sofisticadas...


... daí, já estamos em uma outra fase....

... já é uma outra fase,  quando eles tem um pouca mais de destreza, tambem pela idade, pode ser a partir dos 9, 10 anos, já existe a possibilidade de mexer com a madeira e com essas goivas.


Que legal, introduzindo a Nova Geração, em um contexto que interessa...

Exatamente, interessante, divertida...


O mais bacana, é que a arte não tem idade pra começar: Essa ilustração, que normalmente deixa mais contente só o pai e a mãe e a professora do proprio ilustrador, na verdade, está "contaminando" positivamente um, quem sabe?, um artista do futuro... 
...ou uma Wanda Grade do presente, que é o que voce puderam acompanhar com a gente.















Eu gostei do Habitat de hoje e, espero que voce tenha gostado.
Até a próxima,
Tchau!

Nenhum comentário:

Postar um comentário